segunda-feira, 23 de agosto de 2010

De mim sobre o conhecimento parte 2

Eu entendi que não dá pra viver procurando sentido pra tudo. Aliás... sempre começa quando procuramos sentido para as pequenas coisas.
O sentido das pequenas coisas nos levam as grandes, e assim agente aprende a buscar um significado ou uma razão pra tudo que se ocupa de acontecer a nossa volta ou mesmo dentro de nós.
Quando agente busca sentido pra algo somos impulsionados pela curiosidade ou pelo medo do desconhecido, procuramos pela certeza. Procuramos por um chão firme. Uma placa luminosa com uma seta bem grande.

Nem tudo tem sentido. Quase nada corresponde ao que espero encontrar.

Agente vive numa busca incessante por significados. Tudo precisa de explicação.
Quando não achamos explicação pra algo passamos a aceitar qualquer uma que chegue mais perto do aceitável pra nós. Mas quando não nos damos por satisfeitos, quando nada faz sentido, quando existem mais perguntas do que respostas, quando as respostas parecem mais uma forma de silenciar os impertinentes, então relativizamos o valor das coisas. O que parecia importante não é tão importante assim. O que não fazia muito sentido na verdade é uma chave pra entender muita coisa aparentemente sem explicação.

Quem vive sem procurar significado para os fatos vive feliz. Quanto mais questionamento mais infelicidade. A felicidade passa pelo processo da aceitação.

A dúvida estimula a busca e formulação de respostas. Quanto mais dúvidas, maior a variedade de respostas. Resposta não significa resolução.
Uma propaganda dizia: “Não são as respostas que movem o mundo, são as dúvidas”.

Agente se habitua a associar resposta a sentido. Não tenho resposta pra tudo, logo nem tudo tem sentido.
Sem sentido porque prosseguir? Sem razão pra prosseguir ficamos parados. Pode parecer retrógrado mas em movimento questionamos muito e parados questionamos muito mais. Quanto mais perguntas sem respostas menos razão pra continuar.
É onde começa a infelicidade, a depressão e tudo mais que faz parte desse processo.

A minha grande pergunta é: Porque tudo tem que ter sentido?

Todo ganho implica em alguma perda ou renúncia, mais cedo ou mais tarde você ou alguém vai perceber onde saldo foi negativo.

O conhecimento aumenta nossa insatisfação. Nossa insatisfação nos leva a querer mais conhecimento.

Eu detesto o “progresso”. Eu detesto o “conhecer”.




quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A frustração que ajuda

A frustração nos torna mais fortes para amar. Quanto mais nos frustramos mais tentamos. Isso quando queremos de verdade.
A tentativa é a expressão do que queremos. A frustração aperfeiçoa os nossos métodos.

A condição pra que eu tente conquistar algo é o interesse ou a vontade. A condição pra eu insistir é a intensidade com que eu me interesso.
Essa força que me faz persistir em tentar é a mesma que me ajuda a superar os meus próprios métodos de conquista.
Melhorando meus métodos eu me aperfeiçoou e me especializo.  

Por um outro lado se a frustração me faz desistir ela me faz cada vez mais ignorante.
A desistência consiste em não tentar mais. Se eu não tento mais é porque desconsidero a possibilidade de ser possível.
Quando eu desacredito nas possibilidades eu digo pra mim mesmo que eu não sou capaz de elaborar uma alternativa pro que eu quero. Em fim eu me considero incompetente.

Eu me considerar incompetente não me torna de fato incompetente, mas, me mantém nessa condição. Assim eu crio raízes no chão e fico ali.

Superação é a atitude de abrir mão disso tudo. É acreditar. É se sobrepor sobre o que antes se sobrepunha sobre você.

Eu particularmente não gosto de definições como “fácil” e “difícil”. São palavras que nos derrotam antes mesmo das tentativas. As palavras tem esse poder, o de relativizar a intensidade das coisas. Uma pessoa me alertou pra isso esses dias.
Quando olhamos pra um problema e simplesmente tentamos resolve – lo sem atribuir a ele uma intensidade, ele fica sendo apenas um problema. Sem intensidade ele passa a não ter nível de dificuldade pra nós. Desse modo não limitamos as tentativas.
Mantendo as tentativas, ampliamos as possibilidades.

Os problemas podem me fazer crescer se eu não fizer isso com eles.






sábado, 14 de agosto de 2010

O magoado se torna um "magoador" em potencial

Descobri que quando passamos por uma decepção no amor, ficamos com medo não só de dizer “te amo”, mas também demoramos a acreditar quando alguém diz que nos ama.

A decepção é como uma morte momentânea. Ela nos aliena dos relacionamentos que nos faz crescer emocionalmente. Ela gera medo, cobre nossos olhos diante do que pode realmente ser bom. Nos deixa com o pé atrás. Deixamos de acreditar em nós e no outro.
A decepção nos permite generalizar o comportamento das pessoas.

Quando dois decepcionados cuja queixa é a mesma, se encontram e trocam experiências, existe um alto risco de se formar e difundir uma opinião generalizada a respeito daquilo que lhes causou dor. É onde começa o processo de uma espécie de preconceito. Esses dois decepcionados passam a transmitir pra outras pessoas a sua história, e entre um e outro eles encontram outros que também sofreram em alguma época da vida algum tipo de decepção, e ali se forma uma nova troca, e a tal opinião generalizada ganha força.

Quando temos uma opinião formada a respeito de qualquer assunto e encontramos respaldo para os nossos argumentos, ficamos cada vez mais enraizados aquela concepção. E seguimos guiados por isso. Já olhamos para as pessoas decididos no que acreditar. Quando alguém tenta nos mostrar uma nova forma de ver, já temos um argumento pronto e sólido, e refutamos qualquer contra argumento. Prosseguimos cegos.

Se por alguma razão conseguimos vencer o obstáculo do medo. Se conseguimos esquecer o passado e novamente nos envolver com alguém e a decepção reincide, o estrago é pior. O ceticismo toma conta.

Como somos seres sociais e precisamos nos relacionar de alguma forma, a gente acaba por criar maneiras evasivas de fazer isso.

Mas o paradoxo mesmo é que aos poucos nos tornamos naquilo que antes repudiávamos. Alguém que gera descrença nos outros. Alguém que faz com que outros deixem de acreditar que é possível encontrar um amor de verdade. Promovemos a idéia de que o amor é um sentimento anacrônico.

Quanto mais nos distanciamos do amor na condição de amantes, maior fica o nosso potencial em magoar outras pessoas e torna – las como nós.

"A medida de amar é amar sem medida..." - Humberto Gessinger

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Como nascem os dias felizes?

Como nascem os dias perfeitos? Da nossa expectativa ou das conseqüências?
O dia perfeito não nasce necessariamente do que eu espero dele, mas muitas vezes do que me surpreende.

A gentileza gera em nós, ainda que em alguns demore um pouco mais, uma reação em cadeia. Um gesto generoso pode até não gerar reconhecimento, mas também não gera aversão. Por outro lado quando estamos diante de uma situação em que podemos ser generosos e não fazemos, somos vistos no mínimo como mal educados.

Alguém disse que em cada contato que temos com alguém deixamos um pouco de nós e recebemos um pouco do outro. Seja o qual for a imagem que eu deixei nesse alguém, ela vai entrar na soma e conseqüentemente vai estar no produto final do seu dia.
Isso quer dizer que eu posso estar incluído positiva ou negativamente. Eu posso ter deixado o dia dessa pessoa mais feliz ou menos feliz, como posso ser a razão fundamental do dia maravilhoso dela ou do péssimo dia. E como eu disse anteriormente, esses gestos geram uma geram uma reação em cadeia. Um pai que chega estressado em casa acaba transferindo parte do seu estresse para a família. Portanto o atrito que você não evitou gerou conseqüências em terceiros.

Suponha que todo o seu dia vá muito bem, até que um louco vem desgovernado e bate no seu carro. Imediatamente você esquece todo o seu dia legal.
Agora suponha que seu dia tenha sido estressante. Você chega em casa, chateado(a) porque a grana ta curta, as contas chegando...Até que o telefone toca e a secretária daquela empresa onde você havia feito teste te informa que você foi aceito. Agora você vai ganhar o dobro do que ganhava. Imediatamente é retirado um peso das suas costas e um sorriso aparece no seu rosto.

O bem, a gentileza e o sorriso são contagiantes. O estresse e o desânimo também.
Quanto mais pessoas felizes, mais pessoas felizes. Quanto mais estresse, mais estresse.
Fazendo alguém sorrir de forma simples e saudável só contribui pra que ela faça o mesmo.
Até que você seja surpreendido com um gesto gentil.

“O SIMPLES BATER DAS ASAS DE UMA BORBOLETA PODE CAUSAR UM TUFÃO DO OUTRO LADO DO MUNDO” – (Efeito Borboleta)

Assista ao filme: “A corrente do bem”



quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Quantos de mim eu mesmo criei?

Eu parei e pensei o quanto me esforcei e me dediquei a provar pra cada pessoa que eu era quem eu dizia que era, ou em ser quem elas queriam que eu fosse, e dentro de cada um desses ficou um pouco da minha identidade. Sim. Mas um pouco, eu não sou todo eu pra todos, ser você mesmo sempre com tudo e com todos geraria um certo desconforto de alguma parte. Nossa relação harmoniosa com cada indivíduo nos força a dosar nossa personalidade com cada um segundo o nosso e o seu interesse.

Ouvi alguém dizer que devemos dançar conforme a música toca, que isso não se confunda com falsidade. Sua personalidade e o seu caráter devem permanecer intactos.
Sua identidade é uma só. No jogo das relações o que se faz é omitir o que pode ser considerado de pior em você pra não causar o tipo de atrito que não edifica a relação.

Na minha visão, a relação “perfeita” é como a música perfeita, em primeiro lugar ela é individual. Você que está lendo isso é o sujeito que só pode controlar a sua parte da relação. Você pode até prever e induzir o sentimento daquele que se relaciona com você, mas não pode de fato saber o que ele pensa sobre você. Até porque o que achamos que os outros pensam de nós está direta ou indiretamente ligado ao que nós achamos e sabemos de nós mesmos(E isso explica porque muitas vezes entendemos mal as pessoas).
Em segundo lugar ela tem seu tempo certo. Suas pausas acontecem na hora certa. Sua freqüência tem o ritmo certo. E ela se adapta sincronicamente a sua vida ou situação temporária.
E por último, como a música perfeita, ela é ao seu gosto. Você a escolheu. Você permitiu que ela fizesse parte da sua vida. Você sabe a hora certa em que ela deve executada. E quando deve parar. A música perfeita de compreende. Ela diz o que você precisa escutar, ela fala daquilo que você está passando. É como se ela nos entendesse.

Pra que duas pessoas se relacionem elas com certeza tem algo em comum ainda que a diferença seja a tal semelhança como diz o Humberto.

Relações são trocas. Eu escolho o que eu ofereço, mas não tenho controle sobre o que o outro vai receber, como ele escolhe o que me oferece e não tem controle sobre o que eu vou receber. É onde costuma – se aparecer os problemas.

Quanto mais me relaciono mais descubro o quão versátil eu posso e devo ser, como posso transferir o que quero pra quem quero de formas diferentes. Como é necessário que haja uma flexibilidade da minha parte pra que não me entendam mal e eu evite atritos(vez ou outra eles são saudáveis).

Eu não preciso SER “essa metamorfose ambulante”, eu não preciso mudar sempre quem eu sou, as vezes só preciso mudar o ESTAR. As coisas mudam, mas as pessoas são essencialmente iguais. Assim, eu penso que as coisas também não mudam tanto quanto achamos, mas nós temos a necessidade de vê – las de forma diferente afim de mudar o sua forma pra torna – las aceitáveis pra nós mesmos.
É durante esse processo de trocas e novas formas de ver que mudamos. Mas não é forçado, é natural. E não se chama “desvio de personalidade”. Chama – se “Maturidade”.
Acontece ás vezes de alguém que não sabe do seu amadurecimento olhar pra você como se ainda fosse o mesmo de antes. Como você amadureceu e esse alguém não acompanhou esse processo, ele vai te julgar como se você estivesse passado por outra pessoa. E nessa confusão você pode até ser rotulado como falso. Pra não dar respaldo, o melhor é ter paciência, compreender e tentar explicar. Afinal, compreensão e paciência faz parte do amadurecimento.
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Pedaços de Mim(Mozart)

Que os pedaços de mim, que trago no medo do tempo, não escureçam o meu viver e nem ceguem o que sei.
Peço à vida que não me negue a condição de aprender e tão pouco me deixe morrer a vontade de errar.
Que os pedaços de mim possam unir na alegria da noite abrigando a inquietude de cada gesto refletida à luz de todo dia.
Que vivam os momentos! Se não, aquele que sei contido em toda palavra
trocada no peito abraçado.
Que os pedaços de mim busquem a todo instante cada parte de você, seja entregue no querer ou simplesmente descoberta em cada desejar.
Indolente na presunção de ser me perco e, mesmo assim, mergulho no orgulho e me nego nas verdades encontradas por onde passei.
Que os pedaços de mim tragam, a seu tempo, toda a carícia do espírito poeta, eternizado a cada letra desenhada no coração apaixonado.
Que todo passo construído oriente, em si, o caminho desse horizonte sem fim e, no fim de tudo, possa recomeçar.
Que os pedaços de mim, espalhados na terra, floresçam com simplicidade na sabedoria de crescer.
Que eu, mesmo desencontrado no alvorecer de minhas causas, deixe por legado os frutos colhidos no contexto das palavras forjadas na emoção.
Que os pedaços de mim, reunidos no que acredito, encontrem, na paz de teu abraço, a luz dos meus sonhos mais saudosos.
E, assim, não mais dividido, viver a vida sem que pedaço algum seja mais de mim ou de você, mas um em cada pedaço de nós.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Viver antes de aconselhar?

Voltando a falar de conselhos...eu observei que eu tenho hábito de dar conselhos para as pessoas. Observei também, não só em mim, que a medida que você dá bons conselhos você sobe no conceito das pessoas e elas passam a te escutar com mais atenção, elas ouvem o que você diz e guardam pra elas e às vezes até transmitem para outras pessoas. Porém você fica refém dos seus conselhos, ou melhor, você fica refém do código de postura que você mesmo criou. Independente de qual tipo de conselho você oferece, automaticamente fica subtendido que você pratica tudo que fala, e a partir dessa concepção você será cobrado pelo que fala. É difícil perceber que conselhos são oferecidos, baseados sim, em experiências pessoais e também em informações alheias.
Mas não é porque sabemos o que é certo e que o queremos ser, que já somos.

Aconselho porque quero o melhor pra quem faço. Se eu deixar de alertar alguém seja lá pelo que for pensando em antes ser exemplo, pode ser tarde. Pois a própria experiência em vigor já serve como base pra eu discernir se é bom ou ruim.

Se eu caio em um buraco, é melhor que eu grite de lá de dentro pra terem cuidado ou espere que caiam lá junto a mim pra que então eu possa falar como é? Já não vai mais ser necessário.

Em fim, oferecer conselho não quer dizer ser exemplo. Conselhos ás vezes precisam retornar pra quem o ofereceu, mas não de forma hostil.