segunda-feira, 30 de maio de 2011

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É interessante como a percepção das coisas pode ser subjetiva. Afinal nem tudo é tão perceptível como podemos achar que é. Até porque por mais que tentemos olhar pelos olhos de outra pessoa seja com a melhor das intenções possíveis ainda assim a margem de erro é muito grande.
Eu diria que é uma espécie de aberração cromática que nos atrapalha ver a verdadeira cor dos acontecimentos ao nosso redor. Depende muito da lente que está diante dos nossos olhos. Quem já passou por muitas decepções dificilmente vai julgar de forma imparcial. É o que dizem: “Cachorro mordido de cobra tem medo até de lingüiça”.
Nossa mente é capaz de elaborar uma média de situações e partir desse resultado pra julgar tudo que acontece a nossa volta. Não vale a pena entristecer por isso já que eu tenho consciência que se trata de um mecanismo de defesa do coração.
Mas é certo que a defesa por vezes...muitas vezes acaba se tornando um ataque. E eu aprendo que avaliar uma situação nunca é demais e aprendi também que há situações que só será completamente compreendida com tempo e a maturidade que outras situações vão trazer.
Esperar, essa é a palavra que tem a ver com uma das maiores virtudes que alguém pode ter. A paciência. 

domingo, 22 de maio de 2011

Curta a perfeição


Acho que a perfeição já passou por nós diversas vezes. Mas somos constantemente instáveis. Por isso permanecemos insatisfeitos.
Tudo que agente julga hoje só pode ser baseado no que já foi, nunca pelo que há de vir, não sabemos o que há de vir, por isso a expectativa nos atrapalha de reconhecer um momento perfeito. E mesmo quando reconhecemos um momento perfeito e esse momento já não é mais presente ele fica registrado em nossa mente, dai pra frente todos os momentos serão relativizados. Uma sutil diferença no estado de graça já torna nosso julgamento parcial. Existe ainda o fator memória, que nem sempre funciona. Leves bons momentos e o tempo que nos distancia daquele breve momento perfeito o torna distante, o que um dia foi inesquecível passa todos os dias pelo teste da memória. Ou você se torna uma pessoa nostálgica e relembra com freqüência e gratidão tudo que te aconteceu de bom ou se concentra no próximo êxtase.
A comparação é uma ferramenta cruel pra nossa satisfação. Seja o beijo perfeito sob a chuva ou o abraço perfeito num dia frio sob as estrelas, ali houve êxtase.
Bom mesmo é deixar cada momento em seu espaço. E que a avidez natural que nos empurra pra frente sirva apenas pra distrair a lamentação do que foi, e nos ajude a concentrar no que ainda pode ser.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sem perdas...


Porque às vezes tudo que você mais quer rói em chamas, e sua personalidade já ferida pelo tempo parece já nem sentir os estragos que a vida te causou. Mas de alguma forma há vida em você, e é o suficiente pra saber que há algo de errado.
Mas existe mesmo erro em passar por tudo que a vida te oferece? Eu penso que somos relativamente ingratos. Acho que estamos relativamente mal acostumados a receber. E somos pouco preparados pra perdas.
E pra não desistir eu preciso partir do princípio que perder não é opcional. Ninguém é voluntário a perda. Mas a renuncia por si é voluntária.
A perda causa dor. Por outro lado a renúncia é libertadora.
Renúncia abrange conformidade. Perda abrange derrota. Renunciar – se é ser vitorioso, e ao mesmo tempo deixar vencer.
A perda caleja o coração. A renúncia o torna cada vez mais fofo.

Parte o coração que não pode fazer outro coração feliz. A felicidade só pode ser efetiva se puder ser compartilhada.