sábado, 31 de julho de 2010

Opinião, influência e submissão

A opinião das pessoas de certa forma guia as nossas ações.
Porque pedimos a opinião das pessoas? Por diversas razões...
Mas quero falar nesse momento é do resultado da opinião das pessoas nas nossas vidas e o quanto elas influem em nossas decisões.

Ao pedir que alguém opine a respeito de qualquer coisa, você se permite conhecer outro ponto de vista. Mas o mais importante mesmo não é isso, o mais importante é abrir a possibilidade para a auto-análise, reconhecer que somos sujeitos a erros e que juntos as possibilidades são amplas.

A auto – análise e o reconhecimento leva a humildade e de certa forma a submissão. Submeter –se nesse sentido significa se permitir estar errado, se dar a chance de estar errado e se abrir para a possibilidade de o outro estar certo. E às vezes pode parecer absurdo, mas avaliar todas as opções antes de opinar ou agir é sensato.

Submeter –se não quer dizer não questionar.


terça-feira, 27 de julho de 2010

De mim sobre o conhecimento parte 1

Às vezes tenho medo do conhecimento. Penso que o conhecimento em qualquer segmento traz além do peso da responsabilidade de o possuir, uma nova postura, uma nova visão das coisas em relação a falta do mesmo.

As pessoas possuem e carregam um acervo de experiências e aprendizados baseados em sensações e ensinamentos, ou até mesmo em acontecimentos esporádicos que caracterizam o tal conhecimento. A medida que o aprendizado se torna mais freqüente e a nossa capacidade de absorver os fatos e transformar as experiências em conhecimento se aguçam, é como se nós subíssemos um nível na interação social.
Ampliando o número e a classe das pessoas com quem nos comunicamos, ampliamos a nossa rede de relacionamentos e aos poucos crescemos intelectualmente.

O crescimento intelectual e a diversidade de pessoas na nossa rede de relacionamento nos torna autoconfiantes e seguros a respeito da nossa capacidade. Esse é um sistema progressivo, quanto mais nos relacionamos e trocamos experiências e conhecimento, mais conhecimento acumulamos e mais autoconfiantes nos tornamos.

A autoconfiança gera em nós uma sensação de independência e tranqüilidade. Em determinado momento, damos conta do quanto evoluímos. Porém as pessoas não crescem na mesma freqüência, enquanto umas evoluem rapidamente e se mostram um tanto promissoras na “carreira” do relacionamento, e desenvolvem muito mais rápido e eficaz a sua maneira de se comunicar, outras evoluem tão lentamente que parecem não sair do lugar.
O autoconfiante sabe da sua “estatura”. Consciente ou inconsciente ele se torna soberbo. Uns mais outros menos, o fato é que ele fica com um ar de superioridade. Vale frisar que quase sempre é um processo sutil, e isso faz com que ele não perceba seu problema.

Atrelado a soberba está o orgulho, e esse cega o soberbo, que com todo o seu potencial, seja na área que for, se coloca e se mantém acima dos demais(os “menos” desenvolvidos).

Soberba: É o sentimento negativo caracterizado pela pretensão de superioridade sobre as demais pessoas, levando a manifestações ostensivas de arrogância, por vezes sem fundamento algum em fatos ou variáveis reais(fonte:Wikipédia)



sexta-feira, 23 de julho de 2010

De conselheiro a crítico

Como sempre assistia a um filme. E ouvi algo inquietante e que me fez refletir.
Em seu contexto o personagem usou a seguinte expressão: “O país está próximo de uma grande epidemia. Ele é o vírus, você o mata...e jamais encontrará o antídoto”.
No filme a frase se refere a um serial killer que ainda não foi encontrado, cuja sentença é a morte.
Quero fazer duas observações, a primeira é que nós temos a tendência de buscar a solução mais fácil para os problemas, sejam eles nossos ou não.
A minha segunda observação é que julgamos e procuramos alguma justificativa pra tudo o que não entendemos ou não achamos solução.
Há um ditado que diz:”O hábito do cachimbo deixa a boca torta”. O hábito de procurar encaixe pra toda peça angular nos deixa viciados em “solucionar” problemas dos outros.
É interessante reparar que as pessoas sempre têm solução pro problema dos outros. Mesmo as mais distantes. Por exemplo, vira e mexe vejo alguém vendo TV e dizendo coisas do tipo: ”Se eu fosse essa mulher já tinha dado um jeito nesse cara a muito tempo”, ou...”Que cara burro! Não ta vendo o Kaká livre não? Se eu fosse o dunga tirava esse cara”. Simples assim.
Pode parecer que não, mas sutilmente somos condicionados a crítica. De aconselhadores passamos a críticos. E não há limite, porque nós não temos consciência que isso virou um problema. Agente passa a fazer inconscientemente como no exemplo do futebol. E quando acontece como nesse caso há sempre alguém do nosso lado pra concordar e criticar também. Reparei também que por vezes o outro nem nota o tal “defeito” mas nós somos responsáveis por mostrá – lo. Não quero dizer que nesses casos não seja de fato um erro ou que devemos sempre nos omitir das questões alheias, o que eu quero é mostrar que acontece de forma tão rápida e ao mesmo tempo sutil que vira um hábito sem que agente perceba.
Lembrei de uma música que ilustra um pouco a minha opinião:

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Minha hipocrisia

Um dia me encontrei com a minha hipocrisia. E tenho que admitir que fiquei surpreso em perceber.

Tudo começou no dia 25 de junho de 2009. Soube que Michael Jackson morreu. Dali em diante iniciou –se uma série de reportagens afim de expor o quão bom ele era, e de como foi importante a sua carreira. Vendo daquela maneira nem parecia se tratar da mesma pessoa que a própria mídia insistia em cutucar as feridas e expor ao ridículo.
Lembrei de quantas vezes em rodas de conversa o assunto chegava ao Michael e era sempre a mesma coisa, todos, inclusive eu a criticar e chama – lo de pedófilo ou até mesmo fazer piadinhas a respeito de sua aparência. Afirmações baseadas em informações fornecidas pelos meios de comunicação que fazem qualquer coisa por uma boa audiência.
Parti dessa reflexão pra uma auto-análise, e fiz uma coisa que ainda não havia feito, fui pesquisar sobre sua vida, sobre o que ele fez, e conheci o outro lado da história. Não que eu deva acredite cegamente em quaisquer versões, mas enfim conclui que as vezes pra estar incluso em uma conversa ou em um grupo que seja forçamos uma personalidade que na verdade não faz parte de nós.  

quinta-feira, 8 de julho de 2010

De mim...

Eu faço arte com as cores. Eu faço arte com as coisas. Eu faço arte pra mim.
Eu vejo arte nas cores. Eu vejo arte nas coisas. Tudo é arte pra mim.
Eu não posso ser reconhecido por minha arte, isso me tornaria refém dela. Viraria profissão. E não seria mais natural.
Toda arte é expressão. Toda arte é inspiração. Eu não poderia viver assim...refém das minhas emoções.
Acho que eu sou arte. Incompreendido. Porém compreendo em mim todas as emoções.
Partilho das cores, das texturas, e sou influenciado pela luz que em mim reflete.
Não sou o mesmo apesar de manter minha identidade. Ser o mesmo com todos inibe a capacidade de ser arte. Arte é dividir emoção, é ser emoção.
Ser reconhecido te obriga a ser igual, ser igual é ser o mesmo. E dessa forma eu poderia ser artista. Deixo essa função pra Deus que é imutável. Eu sou inconstante.
Sou bom aos bons olhos que me vêem. Sou sua pintura, mas sou tinta a ser pintada.
Sou escultura parada no tempo, pois represento o meu tempo. Sou fotografia que guardou o bom tempo. Sou seus olhos que me julgam e sou o tempo.
Não sou mentira e não sou verdade. Sou o que durou. O que ficou. Aquilo que eu fui naquele momento. É isso agora que eu sou. Você é o artista. Eu sou a arte.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sobre a mentira

A mentira é como um funil, um funil que estreita os fatos. É como a gordura nas paredes da veia que geram um estreitamento e impede que o sangue circule com fluência. Não existe mentira pequena, toda mentira tem conseqüências. Ainda que percorra um caminho que exceda o nosso campo de visão, depois de feita ela passeia.
É como uma pequena bola de neve solta de um alto pico, que por onde passa adere uma nova camada e cresce, não se pode medir o tamanho da mentira, nem sua intensidade.
Alguém disse que a mentira tem pernas curtas, eu completo dizendo que depois que nasce ela anda sozinha, e a boca é só um meio de transporte. Toda mentira gera uma reação em cadeia e pode mudar completamente o rumo da história de terceiros. Ela impede que as coisas aconteçam de forma natural. Ela desvia o curso dos acontecimentos. A mentira intensifica ou ameniza o peso dos fatos.
Quando a mentira altera números ela pode ganhar uma nova dimensão. Quando ela se restringe apenas aos interessados e só eles conhecem a verdade, se esses partilham do mesmo interesse a mentira pode acabar se tornando uma verdade para todo o resto.
A mentira engana. Se não sabemos que é mentira logo cremos que é verdade. Sendo verdade acreditamos nela. O problema é quando a verdade aparece e já nos firmamos na mentira. Por mais agradável e real que seja a verdadeira verdade vai ser difícil abrir mão da velha concepção, somos inclusos então numa grande confusão.

Porque somos levados por uma mentira acreditando ser verdade? Por várias razões, mas entre várias uma das principais é que é agradável, queremos acreditar. A mentira flui muito melhor quando ela nos satisfaz, quando ela diz aquilo que queremos ouvir, principalmente quando diz respeito a qualquer área que envolva a nossa vaidade ou massageie o nosso ego.
Minha outra resposta para aceitarmos tão bem certas mentiras como verdades é que nós desconhecemos qualquer alternativa aceitável que possa questionar a autenticidade da tal “verdade’.
Minha primeira resposta me leva a outra explicação: Porque acreditamos em certas promessas. Quando não temos a nossa realização suprida seja ela na área que for, isso nos faz ficar com a esperança ativa. E às vezes queremos tanto uma coisa que quando alguém assume o compromisso de nos oferecer aquilo ficamos um pouco mais aliviados, ou melhor, mais esperançosos. Acreditamos em uma possibilidade visível e as vezes palpável, que é melhor que a esperança sem perspectiva de tempo. Nessa hora temos a tendência de relaxar um pouquinho, e quanto mais relaxamos mais fácil fica de sermos conquistados e sermos levados por nossos anseios.   

A mentira parte da consciência. Se não há consciência da mentira não se configura como tal. O inocente é incapaz de mentir pois não sabe que mente, se mente o faz como se fosse verdade. Só pode mentir aquele que está consciente, ou seja, aquele que sabe o que faz. Por outro lado se não temos consciência da mentira, a proferimos como se disséssemos a verdade.
Isso explica porque a mentira por vezes ganha vida, quando parte do consciente para o inocente ela se torna uma “verdade” e fica ali camuflada. E é a partir daí que ela ganha a autenticidade que precisa para fazer seu trottoir.